sexta-feira, 24 de junho de 2011

Entrevista com Yoshiki xD


     O site JAME fez uma entrevista por telefone com o Yoshiki para falarem sobre os concertos agendados, os artistas com quem colaborou e o seu futuro enquanto super-herói de cartoon O.o Eu peguei na entrevista e traduzi-a para Português para que todos os fãs portugueses percebam :) A negrito está a pergunta feita pela JAME e a seguir aparece a resposta do Yoshiki xD Espero que gostem...

Antes de mais nada, obrigado pela sua disponibilidade em nos ceder estar entrevista. Já passaram seis anos desde a nossa última entrevista consigo em 2006. Como se sente em relação ao expandir da música japonesa por todo o mundo desde então?

Bem, é fantástico, mas felizmente ainda está no início. Eu vivo na América e viajo muito, e o que vejo é que a música japonesa ainda é um pouco underground. Gostaria que se expandi-se ainda mais.

Há diferenças entre a audiência na Europa, América, Ásia e Japão?

Acho que não. Os nossos fãs são tão apaixonados e dão-nos tanto apoio. Temos imensa sorte em ter fãs assim por todo o Mundo.

Como é que uma banda famosa como os X Japan e um artista como você podem ajudar a música japonesa em geral a ser mais popular no estrangeiro?

Bem, quando nós começámos a tocar Visual Kei, éramos uma espécie de ovelha negra da família, a tocar heavy metal e usando uma maquilhagem maluca com penteados malucos. Nessa altura, o rock não era mainstream no cenário musical do Japão, mas nós tentámos por tudo convencer a nossa audiência do contrário. O que nós fazemos agora é continuar a rockar, não há atalho. Se podemos ajudar a espalhar a música japonesa pelo mundo com isso, adoraríamos fazê-lo. Temos de continuar a fazê-lo.

Então, qual é o próximo passo dos X Japan para conquistar o Mundo?

Bem, apenas temos de continuar a rockar, continuar a fazer tours, continuar a criar música. Ainda não lançámos um álbum fora do Japão, mas estamos quase a acabar de gravar o nosso álbum de estreia mundial. Depois a tour europeia e a tour sul-americana que estão para vir serão o próximo passo.

Tens trabalhado com artistas ocidentais nos últimos anos. Por exemplo, já colaboraste com o Roger Taylor dos Queen na música Foreign Sand. Lembra-se como é que isso aconteceu?

Sim, lembro. Um amigo meu, que é um executivo de uma produtora, convidou-me para jantar em casa dele e o Roger Taylor também estava nesse jantar. Começámos a falar de música entre outras coisas e pronto, demo-nos bem e decidimos fazer algo juntos. Foi assim que tudo começou.

Ultimamente, temos visto várias fotografias suas com o Marilyn Manson. Podemos esperar alguma colaboração com ele no futuro?

Na verdade, temos falado sobre isso. Ele vive em Los Angeles como eu, quando estou em LA eu... Bem, a maioria do tempo estou em estúdio. As pessoas pensam que passo a vida em festas mas na realidade não tenho vida. Sinto que trabalho dez dias por semana, 30 horas por dia, sou viciado em trabalho. Mas gosto de sair com amigos de vez em quando, e ele é um daqueles amigos realmente interessantes e especiais, por isso, saímos muito, especialmente nos últimos tempos. E sim, temos falado em criar música juntos.

Parece que as suas colaborações com outros artistas não tem limite. Recentemente lemos que o Stan Lee e o Todd McFarlane estão a trabalhar num comic book sobre a sua vida. Pode falar-nos mais sobre este projecto?

Sim, tudo começou há quase dois anos ou uma coisa parecida. Fiz uma festa, não muito grande, cerca de 100 pessoas, e o Stan Lee era uma delas. Depois jantamos juntos e começamos a falar em fazer alguma coisa juntos. Tornámos-nos amigos e começámos a almoçar e a discutir várias ideias sobre o projecto. Não sei como é que a mente dele funciona, ele consegue pensar em dez coisas diferentes ao mesmo tempo, ele tem tantas ideias. Então ele começou a atirar-me ideias e agora está a transformar-me num super-herói. É fantástico, é realmente uma honra. Depois o Stan Lee trouxe o Todd McFarlane para desenhar um conceito e algumas coisas a nível narrativo, e começámos a trabalhar juntos.

Bem, para alguns fãs, você já é um super-herói!

(ri) Bem, este futuro super-herói é muito forte. Em palco eu sou muito forte e sinto-me invencível mas fora do palco sou muito frágil. Fico doente depressa, desmaio bastante... mas este super-herói é muito forte. Na realidade vamos lançar o primeiro livro este Julho durante a Comic-Con em San Diego. Também iremos dar uma conferência de imprensa lá.

Com todos estes projectos, há alguma probabilidade em vê-mo-lo num filme em breve?

Eu, como actor? Sou muito tímido em relação a isso. Já me convidaram algumas vezes, eu sinto que posso fazer música mas representar, não sei. Sou demasiado tímido para ser actor.

A sério?

Bem, quando me vêem em palco sou uma pessoa diferente, mas isso vem naturalmente, não estou a representar nada. Vem do meu coração. Mas representar... Não sei, acho que não consigo fazê-lo.

Bem, vamos pensar assim: Se pudesse actuar num filme, que tipo de filme gostaria que fosse?

Gostava de morrer maravilhosamente. Eu era obcecado com a morte, sempre a falar da morta, a escrever sobre a morte. Quando ela aconteceu perto de mim eu parei de falar sobre ela, mas se fosse para representar, a única coisa que eu conseguiria representar bem seria a minha morte.

Vamos mudar de assunto e falar sobre o vosso novo single, Jade. Quando compôs esta música?

Bem, foi depois de uma reunião, depois de termos feito aqueles concertos no Tokyo Dome em 2008. Alguns meses depois, em Maio, fizemos um concerto tributo para o hide no Japão e no dia seguinte ao concerto fui ver o hide. Bem, isto soou estranho, mas eu quero dizer que fui à sua sepultura. Quando estava de regresso pensei em escrever uma música e comecei logo a pensar numa melodia. Então pronto, comecei a escrever a música no dia após o concerto tributo.

Esta música inclui amostras da guitarra do hide como o single anterior I.V.?

Não, na verdade, não incluí as suas amostras mas incluí o nosso amor por ele, a sua imagem ou, não sei, o seu coração. O seu espírito está nesta música.

Planeia ensinar a letra de Jade à audiência como fez com I.V. no Tokyo Dome em 2008?

Ah, essa é uma ideia interessante! Nem tinha pensado nisso, mas talvez devesse. É uma excelente ideia, talvez comece a fazer isso na tour europeia.

O PV da I.V. foi filmado no telhado de um edifício no Japão. A Jade num da América. Há alguma possibilidade de virem a fazer o mesmo num telhado da Europa? Ou talvés da América do Sul?

(ri) Sim, gostamos de lugares altos. Ok, talvez devesse-mos fazer algo na Torre Eiffel ou nalgum sítio assim no próximo vídeo, seria bestial não seria?

Os teus fãs podem esperar novas músicas nos concertos na Europa?

Bem, vamos tocar algumas músicas novas e alguns sucessos, vai ser uma combinação.

Há alguma música escondida e nunca lançada dos X Japan que vocês não querem lançar, que não vos satisfaz de alguma forma?

Oh, há imensas músicas. Quando componho uma música escrevo a partitura, e eu escrevo imenso. Se estiver num modo criativo consigo escrever cinco ou seis numa noite. Mas isso é apenas as partituras, depois quando tenho 10 ou 20 vou para o estúdio e começo a programar e a gravar em guitarra e piano. E então crio 10 ou 20 demos. Depois livro-me de 19, apenas uma música sobrevive. Sou bastante rigoroso quanto às músicas, então existem imensas músicas dos X Japan que nunca foram lançadas. Algumas dessas músicas eu até cheguei a gravar com o Toshi e pensamos que são boas, mas as que são apenas boas nós não lançamos. Acho que devemos lançar apenas as melhores músicas. Os X Japan não lançam muito, apenas alguns álbuns nestes últimos 20 anos. Mas mesmo que hajam centenas e centenas de músicas não me sentiria confortável a lançar todas as músicas que compomos.

Já considerou revisitar alguma música antiga com a qual não se sinta satisfeito e refazê-la numa nova música?

Talvez. Quer dizer, tenho imensas partituras escritas. Não sei quantas páginas, talvez algo como 20 000 páginas ou até mais. Talvez quando morrer as pessoas vão ver essas partituras e encontrem uma boa lá perdida.

Finalmente, há alguma coisa que queira dizer aos fãs que estão ansiosamente à vossa espera na Europa?

Estou mesmo excitado com isto, podemos finalmente tocar na Europa. Temos estado a planear isto há muito tempo, temos sonhado com isto há muito tempo e agora está finalmente a acontecer. Durante muito tempo que as pessoas da Europa, e não só da Europa mas de todo o Mundo, nos têm apoiado e nós apreciamos mesmo muito isso. Finalmente podemos lá ir e espalhar o nosso amor pelos fãs. Por isso sim, estou muito excitado!

Obrigado pelo seu tempo, deixe-nos desejar-lhe o melhor para os futuros concertos na Europa e América do Sul.

Muito obrigado!

[Texto original em ingês no site da JAME aqui]
   

Sem comentários:

Enviar um comentário