terça-feira, 12 de julho de 2011

Entrevista com Sugizo xD


     Começo a ver que dos membros dos X Japan é o Sugizo que mais fala com os fãs xD Desta vez trago-vos uma entrevista que ele deu à JAME em Paris, onde falou sobre os X e também sobre o que tem andado a fazer a solo. A entrevista foi traduzida por mim da versão em inglês que está no site da JAME (aqui).
     À semelhança do que aconteceu na minha tradução da entrevista do Yoshiki, as perguntas da JAME estarão a negrito e as resposta estarão a normal.

Muito obrigado por se encontrar connosco para esta entrevista. Não é a sua primeira vez em Paris, o que acha de Paris até agora?
 
Da última vez, vim cá para o Juno Reactor, certo? Nessa altura não pude ver nada da cidade, não tive vistas. Estive demasiado ocupado, apenas vim, toquei no concerto e fui embora. Desta vez estou muito mais contente por poder sentir mais Paris, o ar parisiense, o brilho do sol, é tão bonito. Estou bastante entusiasmado por aqui estar, é muito inspirador. Eu gosto da cultura Francesa, dos filmes e todos os eventos como este.
 
Se tiver tempo, há algum lugar em Paris que gostasse de visitar enquanto aqui está?
 
Hoje? Agora? Apenas o meu hotel (ri). Ontem à tarde, não sei porquê, mas a minha condição física não estava muito boa e dormi o dia inteiro.
 
Há uns dias atrás, os X Japan começaram a tour europeia em Londres. Como foi o concerto?
 
Estava tão entusiasmado. O Reino Unido é a capital da música para nós. Acho que todos os músicos japoneses gostam da música do Reino Unido. Tocámos no Shepherd's Bush Empire, que é um lugar sagrado para nós. Há tantos músicos que lá tocaram. Foi um grande prazer para nós. O público foi fantástico, a sua atitude, o seu sentimento. Fez-nos muito felizes e entusiasmados.
 
Hoje participou na conferência dos X Japan na Japan Expo. É algo de que goste? Participar em conferências e sessões de questões.
 
Gosto bastante mas sabes, o ambiente é mais relaxado e consequentemente preguiçoso e mau. Tivemos uma audiência em França tão grande, é tão fantástico. Sentia  grande energia dela.
 
Como se sente em relação à tour mundial? Com o que está mais entusiasmado?
 
Esta é a primeira vez que toco na Europa com os X Japan. É muito especial. Para os X Japan, tivemos tantas coisas. Já tínhamos feito planos para Paris antes mas estávamos sempre a enfrentar problemas. Finalmente podemos tocar cá, amanhã. É tão bom, estou tão feliz. Já toquei na Europa várias vezes. O X Japan é tão importante para mim. Cada vez que toco com os X Japan sinto que as nossas músicas e os nossos sentimentos não têm limite.
 
Está nos Luna Sea e nos X Japan ao mesmo tempo. Qual a diferença para si? Sente-se da mesma forma em ambas as bandas.
 
Às vezes sinto-me diferente, outra vezes igual. Por exemplo, criei os Luna Sea, os Luna Sea são o meu estilo. São mais confortáveis que os X Japan. A música dos X Japan é um grande desafio para mim. Mas tanto os Luna Sea como os X Japan são importantes para abrir a porta para a música japonesa, neste aspecto ambas as bandas são o mesmo. Cada projecto é diferente mas ao mesmo tempo são dois projectos semelhantes.

Sente o mesmo durante um concerto dos X Japan e um concerto dos Luna Sea?

Não consigo explicar porque agora é algo natural para mim. Cada banda, cada concerto é confortável para mim.

Ontem lançou o seu novo single digital intitulado Mirando com o MaZDA. Pode-nos dizer sobre o que é este single e quem é "Miranda"?

Miranda é um satélite de Úrano, do Sistema Solar. O som é electro ambiente e progressivo com o meu violino. Esta música é muito bonita e psicadélica. A qualquer hora inspiro-me no espaço, em qualquer estrela, em qualquer planeta, sim, geralmente Miranda. É um dos satélites de Úrano.

Trabalhou com o MaZDA neste single, sendo que ele já tinha trabalho contigo anteriormente. Pode introduzir o MaZDA e dizer-nos porque escolheu trabalhar com ele?

Começámos a trabalhar há dois anos. Ele é um génio e um construtor de músicas. Ele é um inovador do Psicadélico-trans da música japonesa. Geralmente, crio a minha música a partir do meu computador e ele é um excelente conselheiro para os meus arranjos.

Como foram divididos os papeís entre vocês durante a composição?

Geralmente primeiro, eu faço as minhas músicas e depois disso passo-lhas. Ele modifica-as, depois devolve-mas. É uma troca. Mas ele compôs a "Miranda" e depois disso ele fez a melodia e as guitarras, por isso, desta vez, foi diferente comparando com o forma como normalmente trabalhamos.

Porque decidiu lançar "Miranda" como um single digital?

Desde 2009 que eu comecei a lançar os single apenas em digital e não em CD. Agora, apenas faço isso porque não quero fazer demasiado lixo, porque é um problema de energia e um problema para o sistema ecológico. É muito importante que a cultura musical mude por respeito a isto. Penso que precisamos de CDs para álbuns, não para singles. As cópias digitais são mais fáceis de manipular. Na minha opinião fazer CDs para singles é inútil.

Vendo que não tem lançado um novo álbum nos últimos anos, tem algum plano para lançar um novo álbum?

Sim. Actualmente estou a trabalhar no meu novo álbum. Estou a trabalhar nisso este ano. Comecei este projecto para um álbum há dois anos mas estava demasiado ocupado com a Reboot e tour mundial. E o desastre em Março não ajudou. Penso que o vou lançar para Novembro ou Outubro.

Em Março, colaborou com Ryuichi Kawamura e com os m.o.v.e para o single "oveRtaKerS". Como é que nasceu esta colaboração tão única, e como foi trabalhar com os m.o.v.e?

Gravei-a em Dezembro passado, há muito tempo. Antes de termos gravado juntos, o Ryuichi Kawamura trabalhou nela. Foi um trabalho bastante agradável e eu estou muito, muito orgulhoso. As músicas dos m.o.v.e têm uma imagem muito forte e isso tornou o meu trabalho com eles mais fácil. Foi um momento criativo muito bom.

Em Abril, lançou o seu livro pessoal chamado "Sugizo: Metade da história tempestuosa de um homem amado pela Música". No seu Facebook explicou que é incomum dar um ponto de vista tão pessoal à sua vida pessoal. Quais são algumas das reacções recebidas neste livro?

Várias pessoas disseram-me que era muito bom. Nunca pensei que fosse receber um feedback tão grande à cerca da minha vida privada. A minha vida é esquisita, então inicialmente eu não queria fazer este livro mas as pessoas convenceram-me. Mudei de ideias e tentei fazê-lo. Agora não em arrependo mas fazer música é mais fácil para mim do que escrever. Sou apenas um músico.

Há alguma possibilidade de haver o lançamento do livro numa versão em inglês ou noutra língua?

Quero lançá-lo em inglês se possível. Gostaria de chegar a vários países.

E quanto a lançá-lo noutras línguas?

Porque não em francês (ri), chinês, castelhano, Russo.

Quais os seus planos para depois da tour mundial dos X Japan?

Depois da tour tenho as minhas gravações para fazer. Este Verão há um grande festival para os X Japan no Japão. Em Setembro, os X Japan têm uma tour sul-americana. Em Outubro, estamos a planear o concerto de caridade dos Luna Sea para ajudar as vítimas do terramoto. Depois disso vou planear a minha própria tour.

E os S.K.I.N?

Desde que começámos os S.K.I.N tenho estado demasiado ocupada mas não quero desistir do projecto. Sabes, agora o Shinya está com o Gackt, o Miyavi também está muito ocupado, sou maluco e acredito que é possível. O Yoshiki também anda muito ocupado. Um dia iremos recomeçar com os S.K.I.N, mas esta é apenas a minha opinião. Há quatro anos não conseguimos encontrar um baixista.

E que tal o Ju-ken?

Ele é um músico de sessão muito bom mas músicos de sessão estão mais interessados no dinheiro. E ele é casual. Para mim, para o Yoshiki e para o Miyavi o dinheiro é importante mas não vem em primeiro. Precisamos realmente de um artista e não de um técnico. Claro que respeito o seu trabalho, ele é muito profissional. Mas os S.K.I.N não precisam de um músico de sessão, é muito difícil.

Finalmente, dê-nos uma mensagem para os nossos leitores.

Primeiro, quero dizer que aprecio muito todos os fãs, todas as pessoas que nos deram coragem depois do terramoto. Aprecio muito isso. Fizeram-nos sentir que não estamos sozinhos. É um grande problema e dele temos vindo a encontrar relações muito importantes com o resto do mundo. Preciso realmente do apoio dos fãs de todo o mundo. Tenho sido entrevistado pela JAME várias vezes e é um grande prazer para mim. Espero que nos continuemos a dar bem e que a nossa relação se torne ainda mais forte. Precisamos muito de vocês. Podemos dar-vos grandes músicas e boa espiritualidade, bons sonhos. Obrigado! Desta vez houve tantos fãs a dar-nos coragem. Estou tão feliz. Logo a seguir ao terramoto, o Japão mudou completamente. Claro que conheces o problema em Fukushima... É o mesmo que em Chernobyl. Há sempre ansiedade no Japão por causa da radioactividade mas com a música poderemos continuar em frente. Agora estou feliz por poder tocar em Paris amnhã porque as pessoas nos dão muita coragem e desta vez quero-lhes retribuir essa coragem.
     

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